sexta-feira, 20 de abril de 2012

Entrevista de Matheus Fernandes da Silva pelo E ai? Tchê!!


A equipe Eaí?Tchê Passo Fundo conversou com Matheus Fernandes da Silva. O jovem de 21 anos participa há quase quatro anos do Grupo de Jovens “Aventureiros em Cristo”, da cidade de Marau. Matheus integra também a Coordenação Arquidiocesana da Pastoral da Juventude (PJ) e é coordenador da “Campanha Contra a Violência e Extermínio de Jovens”, no Rio Grande do Sul.
Como jovem militante, você acredita no protagonismo juvenil? A seu ver o que é esse protagonismo e no que ele implica?
Matheus: Com certeza, como jovem que acredita na Civilização do Amor, acredito e apoio no protagonismo juvenil, que a meu ver é deixar os jovens se manifestar, de falar por si, de ter oportunidades de mostrar o potencial que mora dentro dele, a juventude precisa ser protagonista nas ações, nas lutas, pois fica claro que em várias lutas e bandeiras defendidas pela juventude, esta mostrou seu protagonismo conseguindo várias conquistas. Por isso acredito e incentivo o protagonismo juvenil, é a juventude se expressando do seu jeito, o jovem não precisa de ninguém que fale por ele, tornando-se assim sujeito que tem vez e voz, sendo sujeitos da sua história, só assim o jovem poderá expressar o seu jeito de ser, se tornando protagonista. É jovem evangelizando jovem, é jovem assessorando e acompanhando, é jovem sendo protagonista!
O que esse contato com a juventude organizada nos grupos de base lhe proporciona?
Matheus: Esse contato com os grupos da base me faz acreditar cada vez mais que existem jovens comprometidos com a mudança. Cada jovem carrega consigo histórias de vida e de conquistas. Me sinto muito feliz de poder estar no meio da juventude cada vez mais aprendendo com eles. O contato faz com que tenhamos um relacionamento de família, de irmãos que se cuidam, que se ajudam e fazem as coisas pensando no coletivo. A metodologia da PJ (ver, julgar e agir) nos deixa ainda mais comprometidos com a causa do Reino e o projeto de Jesus Cristo. Proporciona-me formação e muita disposição para continuar no trabalho com a juventude, sempre acreditando no protagonismo juvenil e que os jovens estão atuando no presente para uma melhor vida para a juventude.
Como você vê e sente as manifestações juvenis?
Matheus: Sinto que existem vários tipos de jovens, cada grupo com suas características, acho muito bonito os vários “tipos” de juventudes que se encontram presentes em nossa sociedade. Eu sinto as manifestações juvenis, quando o jovem dança, canta, demonstra o seu estilo. Outra forma de manifestação juvenil é quando há mobilizações em favor de direitos, por exemplo, a votação do Estatuto da Juventude, uma conquista da juventude brasileira, onde os jovens foram protagonistas. Acho importante a participação dos jovens em espaços de decisão, reivindicando, fazendo propostas, participando de conferências, conselhos, no movimento estudantil e político. Por isso vejo e sinto que uma juventude organizada, consegue várias conquistas, porém acho que às vezes deveríamos ser mais incisivos na busca de se efetivar políticas públicas para a juventude.
Como você tem sentido a opção da Igreja pela juventude?
Matheus: Entendo que o jovem deve ser Igreja, mas a Igreja precisa também ser jovem. Acho que a Igreja tem sim uma opção pela juventude, sabemos do belo trabalho que os jovens realizam em todos os cantos do país, por isso acho que esse apoio e incentivo é fundamental para que sigamos na nossa bela caminhada de evangelização, cuidando da vida da juventude. A Igreja tem opção pela juventude e deve cada vez mais estar presente apoiando as ações, e auxiliando nas lutas e bandeiras que a juventude defende em favor da vida. Devemos estar em sintonia como estamos, afinal temos o mesmo objetivo que é fazer com que se realize o projeto de Jesus Cristo rumo a tão sonhada Civilização do Amor. Devemos ter em nossos horizontes uma Igreja de comunhão e participação. Espaço de justiça e profecia, mas também, de ternura, esperança, dinamismo, ousadia e novidade! São esses sentimentos que me movem hoje! É o que nos faz caminhar. São as esperanças que nutrem nossas esperanças. Devemos com nossa ação, se firmar nas comunidades, é lá que verdadeiramente nos encontramos com o Cristo, na Eucaristia, na Palavra de Deus, mas também nos irmãos e irmãs, que encontramos a força para continuarmos firmes na luta cotidiana da construção da Civilização do Amor!
Tendo em vista a JMJ do Rio de Janeiro, existe alguma forma de ela não ser vista apenas como um evento, mas como uma demonstração da autonomia da juventude?
Matheus: Sim, eu entendo a JMJ não como um evento ou um passeio, é o momento da juventude brasileira se unir, afinal não queremos mais ser vítimas da violência, nem nos tornarmos índices de mortes, não podemos aceitar a morte de 54 jovens diariamente no Brasil. Que a JMJ não seja somente uma atividade de massa, mas que a juventude possa refletir sobre pontos que afetam diretamente a vida da juventude. Que sirva também para que possamos buscar experiências de outros países para aplicar aqui. É preciso que esse momento seja bem aproveitado e que a juventude seja protagonista, tendo em vista a responsabilidade que temos no cuidado com a vida da juventude, que é missão de todos nós! Vamos assumir juntos esse compromisso e depois transformá-lo em ação prática na comunidade, atuando e fazendo a diferença!
Alguma mensagem para a juventude?
Matheus: Jovem! Lute, sonhe, acredite na mudança, seja protagonista, fale, se expresse, seja você mesmo, não seja massa de manobra e lute sempre por aquilo que você acredita. Não deixe que cortem o seu jeito de ser, crer e viver, pensar e nunca perca sua capacidade de indignação. Vamos cuidar da vida da nossa juventude, vamos ser ousados, não queremos mais nos tornar índices de violência e morte. Vamos lutar pela Civilização do Amor, vamos ser atuantes nas nossas comunidades, vamos ao encontro da juventude, vamos ser a mudança que queremos ver, vamos lutar por políticas públicas e vamos ter atuação prática na comunidade. Vamos viver, nos cuidarmos, nos ajudarmos e cada dia mais buscar viver e ser a Igreja Jovem. Vamos fazer reflexões que mudem de forma concreta a vida da nossa juventude. Nesse seu jeito de ser, crer e viver a Juventude faz a vida acontecer.

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